quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O mundo hipócrita em que vivemos

Dois acontecimentos recentes vieram acalmar, por artes de prestidigitação, os ânimos inquietos: a eleição de Barak Obama e a discussão no Parlamento do OGE para o ano vindouro.

Todos sabemos, e até os seus próprios correlegionários, que, pela sua incontrolável estupidez, Bush abriu a caixa de Pandora, e que de lá saíram todos os males que arrasaram o mundo comprometendo até a própria sobrevivência deste. Embora tente recalcar esse pensamento, a humanidade tem a vaga ideia de que a sua Idade de Oiro acabou. Bush entregou a vitória direitinha a Obama e o mundo respirou de felicidade como se a crise tivesse acabado definitivamente. Toda a gente sabe que não, mas faz de conta. O difícil está para vir, faz lembrar a esperança depositada em Sócrates aqui no rectângulo, após o desastre de Santana Lopes. Com tudo minado, pouco a fazer e os WASP*s ressabiados, Barak vai ter dentro de meses manifestações nas ruas, possíveis atentados e o seu pretérito (a garganta funda de uma Monica Lewinsky negra ou umas trapalhadas com as suas habilitações literárias) passado a pente fino na imprensa.

Aqui o Governo faz-nos crer que fintámos a crise e que a sua proposta é a melhor do mundo. A Oposição diz que é o contrário: à esquerda , que é demasiado e muito pouco; à direita, que é muito pouco e demasiado.

O povo ilude-se. Os governos e os parlamentos não mandam nada. O poder está, à escala mundial, nas mãos das empresas e da imprensa que detêm o controlo do Estado, das forças armadas, das igrejas e dos meios de comunicação social.

A democracia faliu quando os cidadãos foram despejados e substituídos pelos contribuintes.




* WASP = White Anglo-Saxon Protestant.